Pense, pratique, varie: são os conselhos da ginecologista e terapeuta sexual gaúcha Jaqueline Brendler para melhorar a vida sexual!
Veja – Que informação sexual importante, em relação aos homens, as mulheres ignoram?
Jaqueline Brendler – Muitas desconhecem, por exemplo, que os homens gostam muito de vê-las se tocando. Tanto é verdade que, na maioria dos filmes pornôs, há cenas de mulheres se masturbando. Isso é interessante, porque 90% das mulheres precisam de algum estímulo direto ou indireto no clitóris para ter orgasmo. Então, masturbar-se durante uma relação é um recurso que pode ser bom para elas e para eles também. A crença de que sexo saudável é sexo com penetração é falsa. Para sexologistas do mundo inteiro, saudável é ter orgasmo na presença do parceiro. Não importa onde o pênis está. Muitas mulheres também desconhecem o fato de que, diferentemente delas, que precisam de um estímulo sensorial para despertar o desejo, o estímulo do homem é visual.
Veja – Na prática, que diferença isso faz?
Jaqueline Brendler – Toda a diferença. A principal é que o homem põe o olho numa mulher que o agrada e imediatamente a coloca no seu imaginário erótico. Ou seja, pensa em levá-la para a cama. Depois, com o tempo, ele pode até se encantar, apaixonar-se, mas a primeira coisa em que pensa é sexo.
Veja – Pesquisas apontam que 30% das mulheres não têm orgasmo. Quem tem maior responsabilidade por isso, elas ou os homens?
Jaqueline Brendler – Elas. Boa parte das mulheres com mais de 35 anos ouviu a vida inteira aquela frase: "Quando chegar a hora, quando você encontrar o homem certo, ele vai saber o que fazer". Na cabeça delas, então, tudo tem de vir do homem. Ele tem de ser carinhoso, tem de friccionar o seu clitóris, tem de penetrar e tem de lhe dar um orgasmo. E elas não têm de fazer nada? Claro que não se trata de defender homens que se deitam na cama, abrem os braços e acham que a parceira tem de fazer tudo. Mas, muitas vezes, é esse o comportamento da mulher. Ela não foi educada para assumir a própria sexualidade.
Veja – E quais os erros mais comuns que as mulheres cometem, além de atribuir a responsabilidade pelo seu prazer ao homem?
Jaqueline Brendler – A preocupação em agradá-lo, desconcentrando-se do próprio prazer, é um. Porque aquilo que o agrada pode não agradá-la. Outro erro é desconhecer o próprio corpo, que é uma coisa que não acontece com os homens. A intimidade que eles têm com o genital é imensamente maior do que a que elas têm: vão fazer xixi e já seguram no pênis. A mulher descobre que tem vagina lá pelos 12 anos, ao menstruar, e olhe lá. Quando inicia a vida sexual, não sabe o que é bom para ela, não sabe como seu corpo funciona, não sabe nem se masturbar. A mulher tem de descobrir o que é excitante para ela.
Veja – Como pode fazer isso?
Jaqueline Brendler – Vendo filmes e descobrindo cenas que a agradam, por exemplo, explorando o próprio corpo quando está sozinha e pensando em sexo várias vezes ao dia. Isso é muito importante. Para o homem, é mais fácil, porque, como já disse, o estímulo dele é visual. Ele sai à rua e vê outdoors com mulheres bonitas, vê montes de blusas decotadas e de pernas cruzadas. É como se estivesse usando afrodisíacos o dia inteiro.
Veja – Mulheres tendem a reprimir fantasias sexuais?
Jaqueline Brendler – Elas nunca foram estimuladas a tê-las. Você pergunta a um homem quais são as fantasias dele e, em três minutos, ele lista cinco. A mulher, não. Ela não sabe o que é afrodisíaco para ela. Isso é puramente cultural. O pai mostra a Playboy ao filho e diz: "Olha só que gostosa". Leva o menino à escola e faz um comentário sobre a coleguinha dele. Que mãe faz a mesma coisa com a filha?
Veja – Quais são as melhores posições para a mulher?
Jaqueline Brendler – Ela em cima, ele embaixo. Primeiro, porque ela pode tocar o clitóris diretamente e, depois, porque, dependendo da angulação, o encaixe nessa posição facilita a fricção do clitóris sem o toque manual. Das três posições pesquisadas, a da mulher por cima ficou em primeiro lugar, seguida pela posição da mulher de quatro. "Papai-e-mamãe" está em último.
Veja – Diz-se que o tamanho do pênis não interfere no grau de prazer da mulher. A senhora acredita nisso?
Jaqueline Brendler – As pessoas costumam dizer que quem se importa com o tamanho do pênis é o homem. Isso é verdade: os homens se importam de fato. Mas também é verdade que, se pensarmos num tamanho de pênis que facilite a sexualidade da mulher, teremos de pensar num pênis de diâmetro maior.
Veja – Por que se diz que sexo com amor é melhor?
Jaqueline Brendler – Quando você ama o seu parceiro, tem intimidade e cumplicidade com ele. Se essas coisas existem no plano afetivo, tendem a aparecer também na hora do sexo. E tanto intimidade quanto cumplicidade são elementos que facilitam o prazer sexual. Agora, uma pessoa sexualmente bem resolvida pode ter uma transa eventual e isso ser muito prazeroso para ela. Um exemplo clássico é o chamado "parceiro de manutenção". É aquele amigo que a mulher procura entre um namoro e outro. Ela já transou com ele e foi legal. Nenhum dos dois quer uma relação séria, mas confiam um no outro e se dão bem sexualmente. Percebo que um número cada vez maior de mulheres começa a ter esse comportamento, de gostar do sexo pelo sexo. Porque, tradicionalmente, a mulher resiste a fazer sexo pelo sexo – ela quer vínculo.
Veja – O que mais está mudando?
Jaqueline Brendler – Hoje, a mulher já não aceita uma sexualidade insatisfatória. Obviamente, isso tem a ver com outras conquistas que ela acumulou. Pense em uma mulher que investiu nela a vida inteira, estudou, fez pós-graduação, conquistou uma boa posição profissional e se mata de trabalhar. Ela chega em casa e vai querer um sexo básico, insatisfatório? Não vai mesmo. Vai ser mais exigente em todos os planos, vai querer ser mais feliz – inclusive, sexualmente. Hoje em dia, se a mulher não tem uma sexualidade satisfatória, vai reclamar ao parceiro, procurar terapia, comprar livros sobre sexo. Vai querer a solução. Não aceita mais fazer de conta que está tudo bem.
Fonte: VEJA MULHER
Jaqueline Brendler – Muitas desconhecem, por exemplo, que os homens gostam muito de vê-las se tocando. Tanto é verdade que, na maioria dos filmes pornôs, há cenas de mulheres se masturbando. Isso é interessante, porque 90% das mulheres precisam de algum estímulo direto ou indireto no clitóris para ter orgasmo. Então, masturbar-se durante uma relação é um recurso que pode ser bom para elas e para eles também. A crença de que sexo saudável é sexo com penetração é falsa. Para sexologistas do mundo inteiro, saudável é ter orgasmo na presença do parceiro. Não importa onde o pênis está. Muitas mulheres também desconhecem o fato de que, diferentemente delas, que precisam de um estímulo sensorial para despertar o desejo, o estímulo do homem é visual.
Veja – Na prática, que diferença isso faz?
Jaqueline Brendler – Toda a diferença. A principal é que o homem põe o olho numa mulher que o agrada e imediatamente a coloca no seu imaginário erótico. Ou seja, pensa em levá-la para a cama. Depois, com o tempo, ele pode até se encantar, apaixonar-se, mas a primeira coisa em que pensa é sexo.
Veja – Pesquisas apontam que 30% das mulheres não têm orgasmo. Quem tem maior responsabilidade por isso, elas ou os homens?
Jaqueline Brendler – Elas. Boa parte das mulheres com mais de 35 anos ouviu a vida inteira aquela frase: "Quando chegar a hora, quando você encontrar o homem certo, ele vai saber o que fazer". Na cabeça delas, então, tudo tem de vir do homem. Ele tem de ser carinhoso, tem de friccionar o seu clitóris, tem de penetrar e tem de lhe dar um orgasmo. E elas não têm de fazer nada? Claro que não se trata de defender homens que se deitam na cama, abrem os braços e acham que a parceira tem de fazer tudo. Mas, muitas vezes, é esse o comportamento da mulher. Ela não foi educada para assumir a própria sexualidade.
Veja – E quais os erros mais comuns que as mulheres cometem, além de atribuir a responsabilidade pelo seu prazer ao homem?
Jaqueline Brendler – A preocupação em agradá-lo, desconcentrando-se do próprio prazer, é um. Porque aquilo que o agrada pode não agradá-la. Outro erro é desconhecer o próprio corpo, que é uma coisa que não acontece com os homens. A intimidade que eles têm com o genital é imensamente maior do que a que elas têm: vão fazer xixi e já seguram no pênis. A mulher descobre que tem vagina lá pelos 12 anos, ao menstruar, e olhe lá. Quando inicia a vida sexual, não sabe o que é bom para ela, não sabe como seu corpo funciona, não sabe nem se masturbar. A mulher tem de descobrir o que é excitante para ela.
Veja – Como pode fazer isso?
Jaqueline Brendler – Vendo filmes e descobrindo cenas que a agradam, por exemplo, explorando o próprio corpo quando está sozinha e pensando em sexo várias vezes ao dia. Isso é muito importante. Para o homem, é mais fácil, porque, como já disse, o estímulo dele é visual. Ele sai à rua e vê outdoors com mulheres bonitas, vê montes de blusas decotadas e de pernas cruzadas. É como se estivesse usando afrodisíacos o dia inteiro.
Veja – Mulheres tendem a reprimir fantasias sexuais?
Jaqueline Brendler – Elas nunca foram estimuladas a tê-las. Você pergunta a um homem quais são as fantasias dele e, em três minutos, ele lista cinco. A mulher, não. Ela não sabe o que é afrodisíaco para ela. Isso é puramente cultural. O pai mostra a Playboy ao filho e diz: "Olha só que gostosa". Leva o menino à escola e faz um comentário sobre a coleguinha dele. Que mãe faz a mesma coisa com a filha?
Veja – Quais são as melhores posições para a mulher?
Jaqueline Brendler – Ela em cima, ele embaixo. Primeiro, porque ela pode tocar o clitóris diretamente e, depois, porque, dependendo da angulação, o encaixe nessa posição facilita a fricção do clitóris sem o toque manual. Das três posições pesquisadas, a da mulher por cima ficou em primeiro lugar, seguida pela posição da mulher de quatro. "Papai-e-mamãe" está em último.
Veja – Diz-se que o tamanho do pênis não interfere no grau de prazer da mulher. A senhora acredita nisso?
Jaqueline Brendler – As pessoas costumam dizer que quem se importa com o tamanho do pênis é o homem. Isso é verdade: os homens se importam de fato. Mas também é verdade que, se pensarmos num tamanho de pênis que facilite a sexualidade da mulher, teremos de pensar num pênis de diâmetro maior.
Veja – Por que se diz que sexo com amor é melhor?
Jaqueline Brendler – Quando você ama o seu parceiro, tem intimidade e cumplicidade com ele. Se essas coisas existem no plano afetivo, tendem a aparecer também na hora do sexo. E tanto intimidade quanto cumplicidade são elementos que facilitam o prazer sexual. Agora, uma pessoa sexualmente bem resolvida pode ter uma transa eventual e isso ser muito prazeroso para ela. Um exemplo clássico é o chamado "parceiro de manutenção". É aquele amigo que a mulher procura entre um namoro e outro. Ela já transou com ele e foi legal. Nenhum dos dois quer uma relação séria, mas confiam um no outro e se dão bem sexualmente. Percebo que um número cada vez maior de mulheres começa a ter esse comportamento, de gostar do sexo pelo sexo. Porque, tradicionalmente, a mulher resiste a fazer sexo pelo sexo – ela quer vínculo.
Veja – O que mais está mudando?
Jaqueline Brendler – Hoje, a mulher já não aceita uma sexualidade insatisfatória. Obviamente, isso tem a ver com outras conquistas que ela acumulou. Pense em uma mulher que investiu nela a vida inteira, estudou, fez pós-graduação, conquistou uma boa posição profissional e se mata de trabalhar. Ela chega em casa e vai querer um sexo básico, insatisfatório? Não vai mesmo. Vai ser mais exigente em todos os planos, vai querer ser mais feliz – inclusive, sexualmente. Hoje em dia, se a mulher não tem uma sexualidade satisfatória, vai reclamar ao parceiro, procurar terapia, comprar livros sobre sexo. Vai querer a solução. Não aceita mais fazer de conta que está tudo bem.
Fonte: VEJA MULHER
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Aqui não teve maldade... Foram ótimos conselhos!
Só pô-los em prática!
Bjaum
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